Ícone da cidade, o Edifício Martinelli foi o primeiro arranha-céu da América do Sul, com seus 105 metros de altura, causando espanto, admiração e também, medo.
Suas obras começaram em 1924 com o incentivo e verba do italiano Giuseppe Martinelli, empresário que desembarcou em Santos no começo do século XX e criou uma das maiores fortunas do país na época.
O prédio originalmente tinha 12 andares, mas foi concluído com 30. Durante sua construção, as pessoas evitavam passar perto da obra com medo do prédio desabar e, para tirar o medo das pessoas, o empresário construiu uma mansão no topo, onde ele moraria e mostraria a segurança do local. Durante sua época dourada, o Martinelli abrigou lojas, hotéis, igrejas, boates e até cinemas.
De estilo arquitetônico eclético, o prédio possui diversas curiosidades arquitetônicas: Sua parede rosada é devido ao cimento da obra ter sido misturado com sangue de boi, trazendo essa eterna coloração ao prédio, as janelas do vigésimo quinto andar são na verdade escotilhas de navio, que Martinelli as colocou em homenagem ao negócio que rendeu toda sua fortuna, o comércio marítimo. Além disso, é possível encontrar cantaria de leões, símbolos da época do café e os obeliscos que compõem sua cobertura.
Com a chegada da Segunda Guerra Mundial, o empresário teve seus bens confiscados e entrou em falência, o prédio ficou abandonado nas décadas seguintes e se transformou em um cortiço, época que começaram as histórias assombradas que ainda ecoam pelos andares.
Em 1975, a prefeitura desapropriou o prédio e deu início ao retrofit para transformá-lo em repartições públicas, que ocupam o local até os dias de hoje. Além das secretarias municipais, a cobertura é ocupada pela Tokyo, balada que promove festas para todos os gostos com uma vista panorâmica única da cidade.
O Edifício Martinelli foi e continua sendo um espectador silencioso da cidade, que viu o crescimento exponencial do que seria futuramente a maior cidade do Brasil.
Crédito texto e imagem: Site #TODOSPELOCENTRO
