Fundada em 1591, a Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção, conhecida popularmente como Catedral da Sé, chama atenção de quem passa pela região central de São Paulo. A igreja, situada na Praça da Sé, teve sua estrutura inicial destruída para dar lugar à construção imponente que conhecemos hoje.
As obras foram iniciadas em 1913, e a inauguração ocorreu apenas 41 anos depois, em 1954. A construção foi interrompida diversas vezes, por conta de eventos que marcaram a história, como a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Paulista de 1924 e a Segunda Guerra Mundial.
Assim, para comemorar os 70 anos da igreja, o Comitê de Civismo e Cidadania (COCCID) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em parceria com o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (IHGSP), realizou uma visita monitorada pela igreja para conhecer a história por trás da sua arquitetura.
Na ocasião, foram entregues ao Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, um kit centenário em comemoração aos 100 anos do Diário do Comércio, e uma medalha comemorativa aos 130 anos da ACSP.
A catedral, que foi construída para ser uma escola de arte e fé, segue o estilo neogótico, com raiz no gótico, e tem capacidade para 900 pessoas, com 111 metros de comprimento e 46 metros de largura.
Sua famosa cúpula octogonal sob o cruzeiro, que representa o oito, o número do infinito, atinge 27 metros de diâmetro e 62 metros de altura e tem um grande significado. Segundo Fernando Meli, administrador da catedral, a cúpula é a união dos cidadãos dentro da igreja com o divino.
“Teologicamente, é a representação de uma barriga. A igreja é mãe” explica ele, que ressalta que a cúpula é um elemento da Renascença, uma vez que vários arquitetos passaram pelo local misturando os estilos.
Há ainda os ornamentos do Modernismo, que influenciaram a arquitetura da igreja. Ornamentos que lembram a fauna e flora brasileira estão espalhadas em pilastras, como tatu, tucano, salamandra, morcego, javali, entre outros, trazendo a essência do Brasil para o ambiente.
O altar, que chama atenção assim que se entra na catedral, é construído todo em mármore de Siena, enquanto a cruz é feita em malaquita. Há também um órgão no altar, fabricado pela empresa Balbiani Vegezzi em Milão, com cerca de 10 mil tubos.
Entretanto, devido ao seu tamanho, ele não é utilizado nas missas. Além disso, há vários confessionários espalhados pela igreja, que ainda são utilizados pelas pessoas até os dias de hoje para se confessarem, tradição na igreja católica.
ORAÇÕES E ATRAÇÕES
Entre as curiosidades que guardam a igreja, há uma pia batismal logo na entrada, para que aqueles que não são batizados primeiro aceitem Deus, e depois possam entrar na igreja e assistir às missas como parte dos ritos católicos.
Como encantos da Catedral estão os vitrais vindos da Itália e da França, que chamam a atenção dos visitantes pela sua beleza, com diferentes desenhos que representam acontecimentos teológicos, e também por suas cores vibrantes.
O famoso carrilhão de sino foi fabricado por uma empresa holandesa, em 1958, e possui 61 sinos de bronze, 35 acionados eletronicamente. O maior mede 1,8 metro de altura, e pesa cerca de 4,7 toneladas.
Na parte inferior da Catedral, há uma cripta onde foram sepultados diversos sacerdotes que administravam a igreja, além de um museu com alguns elementos teológicos, como a réplica da Coroa de Espinhos usada por Jesus Cristo na Cruz, entre outros.
Para cuidar de toda essa arquitetura, a igreja conta com o apoio de 25 funcionários. Apostando em jantares especiais uma vez por mês e brunchs aos domingos, a igreja tem conseguido atrair diferentes públicos para conhecer o local.
O brunch que retornou à igreja em 2021, já recebeu cerca de 6 mil pessoas, e acontece três vezes no mês. O almoço é acompanhado da missa, e um tour detalhado pela igreja e custa R$390.
A catedral, que funciona das 7h30 às 18h30, também conta com um jantar uma vez por mês, que tem apresentação de uma orquestra. Aqui, a missa e o tour pela Catedral custam R$ 430.
Texto: Rebeca Ribeiro/Diário do Comércio
Foto: Prefeitura de São Paulo/Divulgação