O setor de bares e restaurantes é um dos que mais sofre com a falta de mão de obra. Segundo uma pesquisa divulgada pela Abrasel, associação que representa essas empresas, 89% dos 2.005 entrevistados consideram difícil encontrar funcionários. Além disso, 63% afirmam ter dificuldade para encontrar auxiliares de cozinha.
O projeto Marco Zero da Gastronomia, que será lançado oficialmente nesta sexta-feira, 31/1, no Centro de São Paulo, pretende contribuir para mudar esse quadro ao levar conhecimento técnico na área de gastronomia para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
A empresária Gil Gondim, desenvolvedora do projeto e dona do restaurante e da instituição Casa Gil Gondim, vê a iniciativa como uma forma de proporcionar uma nova chance a pessoas em situação de vulnerabilidade social, capacitando-as e oferecendo conexões que facilitem o ingresso no mercado de trabalho formal.
Encantada pela ideia de morar no centro, Gil Gondim investiu cerca de R$1 milhão em um edifício de cinco andares para abrigar sua banqueteria e seu instituto de desenvolvimento social.
O programa, desenvolvido em parceria com a Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta), a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e a Prefeitura da Cidade de São Paulo, está disponível para pessoas de 18 a 60 anos, que possuam RG e CPF, tenham o ensino fundamental completo e morem no município de São Paulo.
Entre os sete cursos oferecidos estão: Gastronomia em Ação, que prepara os alunos para o mercado gastronômico, explorando tendências como food trucks e delivery, além de cursos para auxiliar de cozinha, sorveteria, cozinha fria, cozinheiro básico, panificação e confeitaria.
Para Roberto Mateus Ordine, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o projeto auxilia bares e restaurantes que enfrentam escassez de mão de obra, com a falta de garçons e profissionais na cozinha. Além disso, Ordine destaca que o centro de São Paulo tem atraído cada vez mais jovens para os restaurantes e bares da região, evidenciando a necessidade de mão de obra qualificada.
O programa teve as 350 vagas esgotadas e conta com uma lista de espera de 450 interessados em se capacitar na área gastronômica.
Crédito texto: Rebeca Ribeiro/Diário do Comércio
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